Em Fortaleza, um grupo de mulheres "comuns" decidiu reunir forças, organizar um movimento e juntar-se a outros cidadãos para concretizar uma inédita demonstração de pressão popular pela priorização da segurança pública e por imediata resposta dos governos à desenfreada expansão da criminalidade em Fortaleza em 10 anos, sem que tenha havido um debate grande e sério nos círculos políticos do Ceará, nem propostas firmes de mudanças.
Fortaleza está passando por um momento gravíssimo e inédito de “boom” da violência, mas o povo fortalezense não pretendeu deixar que isso fosse a única coisa inédita aqui na Terra da Luz. Por isso, com a iniciativa daquelas mulheres e o apoio de muitos cidadãos, foi criado o Movimento Fortaleza Apavorada, que está organizando uma primeira e grande manifestação em 13 de junho, de frente ao Palácio da Abolição, sede do governo cearense, em favor da priorização e efetivação de um plano de segurança pública, setor há muito negligenciado no Ceará e no Brasil inteiro.

O grupo do Fortaleza Apavorada no Facebook – https://www.facebook.com/groups/fortaleza.apavorada/ - havia alcançado 21 mil membros na noite de ontem (4 de junho). No entanto, pasmem!, ele foi repentinamente removido do Facebook, ação até agora sem explicação, mas que, longe de enfraquecer, reforça a importância e atenção que o movimento conquistou na capital cearense em pouco mais de 1 mês. Devido a essa ação covarde, foi criado um novo grupo do Fortaleza Apavorada, que em pouco mais de 3 horas desde a exclusão indevida do grupo original já reunia mais de 4 mil cidadãos!

Para o dia 13 de junho, planeja-se um grande protesto com o grito das multidões para prevalecer sobre o triste silêncio das autoridades públicas do Ceará. Fortaleza se tornou, em pouco mais de 10 anos, uma das cidades mais violentas do Brasil e do mundo (segundo um estudo mexicano, a 13ª). Fortaleza jamais havia sido uma das capitais mais violentas do Brasil. Por isso, peço que considerem essa grave situação e reportem a inspiradora mobilização deste movimento genuinamente cívico, apartidário e surgido do seio do povo, de cidadãos comuns. É uma grande história que representa uma luta de todo o povo brasileiro e faz parte do lento mas contínuo amadurecimento da sociedade civil brasileira.

O grupo congrega cidadãos de todas as linhas políticas, ideologias, classes e opiniões. O fundamental é que todos estão, apesar de inúmeras discordâncias, unidos em torno duma causa comum e, apesar dos eventuais problemas, discutindo aberta e amplamente impressões sobre as causas e consequências da violência em Fortaleza.